O Convento dos Capuchos, em Almada, acolheu na sexta-feira, 5, o Seminário Internacional «A Revolução Portuguesa e a Situação na Europa e no Mundo 40 anos depois» promovido pelo PCP, que contou com a participação de 42 partidos e forças progressistas de 34 países.
Numa breve saudação de abertura, Jerónimo de Sousa assinalou que tão significativas presenças são uma expressão solidária «com o nosso Partido e o nosso País, solidariedade que em muitos casos foi demonstrada desde o período da luta antifascista e no 25 de Abril» e que se prolonga hoje na luta comum pelos direitos e pela soberania dos povos. «Portugal era um país colonizador e colonizado. Libertando-se, permitiu também a libertação de outros povos africanos», afirmou, sublinhando que as relações do PCP com movimentos de libertação nacional como o PAIGC, a FRELIMO ou o MPLA remontam aos tempos da ditadura.
«Hoje há uma brutal escalada da ofensiva do imperialismo contra os trabalhadores e os povos, pondo em perigo a paz mundial. A solidariedade é cada vez mais importante. Podem contar com a luta do nosso partido, um partido patriótico e internacionalista», salientou o líder do PCP.
Por seu lado, Pedro Guerreiro, responsável da Secção Internacional, abordou a Revolução de Abril, salientando algumas das suas particularidades e importantes ensinamentos para a luta de emancipação social e nacional dos trabalhadores e do povo português. «Em Portugal – disse – realizou-se um processo revolucionário que, porque correspondeu a condições objectivas da sociedade portuguesa e às mais profundas aspirações do povo português, deixou profundas realizações, experiências e valores que se projectam no presente e no futuro de Portugal – uma realidade que, sublinhe-se, distingue e define a situação portuguesa». E finalizou reafirmando que «são os povos que com a sua luta acabam sempre por determinar o rumo da História» e que «perante a natureza exploradora, opressiva, agressiva e predadora do capitalismo o PCP considera que se evidencia cada vez mais a actualidade e importância do projecto comunista, a necessidade de uma sociedade nova, do socialismo e do comunismo».
Nas diversas intervenções proferidas foi sublinhado que a Revolução de Abril e as suas realizações e conquistas constituíram um importante incentivo para a luta dos comunistas, dos trabalhadores e dos povos em luta pela sua libertação nacional, contra a opressão fascista, pelos seus direitos ou para os povos que se lançavam na construção de sociedades novas, do socialismo. Foi ainda recordada a solidariedade internacionalista com a Revolução Portuguesa.
Participaram na iniciativa o MPLA (Angola), Partido do Trabalho da Bélgica, Partido Comunista do Brasil, Partido Comunista da Boémia e Morávia (República Checa), Partido Comunista do Chile, AKEL (Chipre), Partido Comunista Colombiano, Marcha Patriótica (Colômbia), Partido do Trabalho da República Popular Democrática da Coreia, Partido Comunista de Cuba, Partido Comunista da Dinamarca, Partido Comunista de Espanha, Bloco Nacionalista Galego, Partido Comunista da Catalunha, Partido Comunista dos Estados Unidos, Partido Comunista Francês, Partido Comunista da Grécia, Partido do Povo da Guiana, PAIGC (Guiné-Bissau), Novo Partido Comunista (Holanda), Partido Comunista da Índia, Partido do Povo (Irão), Partido dos Trabalhadores (Irlanda), Partido dos Comunistas Italianos, Partido Comunista Japonês, Partido Popular Revolucionário (Laos), Partido do Progresso e do Socialismo (Marrocos), PADS (Marrocos), FRELIMO (Moçambique), Frente Sandinista (Nicarágua), Partido do Povo Palestiniano, Frente Popular de Libertação (Palestina), Frente Democrática de Libertação (Palestina), Fatah (Palestina), Partido Comunista Português, Partido Comunista Britânico, Partido Comunista da Federação Russa, Frente Polisário (Sahara Ocidental), FRETILIN (Timor-Leste), Partido Comunista da Turquia e Partido Comunista do Vietname.